Logo quando cheguei ao Cairo sofri um choque.
O trânsito é realmente assustador e apesar do grande número de veículos os motoristas conseguem fazer loucuras. Muito por conta da não existência de faixas de demarcação no asfalto e da falta total de semáforos. Sim não há sinalização e você pode atravessar onde quiser ou onde der, pode parar seu veículo particular ou coletivo em qualquer lugar para descer ou pegar passageiros, pode falar ou teclar no celular, enfim não há Lei de trânsito. Não é necessário mencionar o medo de acidente ao trafegar nestas condições, mas o guia jurou não haver tantas ocorrências de colisão. Difícil acreditar ao observar que quase nenhum veículo deixa de apresentar grandes e pequenos amassados.
Pessoas sentadas no meio fio aguardam por condução, talvez, e eu gelava na possibilidade de um atropelamento.
O clima é quente apesar de estarmos no inverno e o ar bem seco. A poluição é bem visível no céu da grande metrópole. Sim, porque o Cairo é a capital do Egito e a maior cidade do mundo árabe e da África. Este nome significa literalmente: “conquistador” ou “vencedor”, em copta.
A avenida que segue meu ônibus parece bem a Marginal Tietê em São Paulo e aos poucos aparecem os prédios, que lembram conjuntos habitacionais, bem deteriorados e com um número absurdo de fios na rede elétrica. Por vezes estas travessas não são asfaltadas e vê-se um sem-fim de gente trafegando.
De repente quando menos se espera elas aparecem nesta mesma avenida: as Pirâmides de Gizé. É emocionante, sem dúvida! O antigo e o contemporâneo coexistindo tão perto e ao mesmo tempo tão distante.
O Complexo ou Necrópole de Gizé consiste na grande Pirâmide de Quéops; a de porte médio, Pirâmide de Quéfren , e a menor, Pirâmide de Miquerinos. A Grande Esfinge encontra-se no lado leste do complexo.
Todas foram erguidas para abrigar os corpos e objetos dos faraós de mesmo nome, mas infelizmente nada sobrou. Aliás, todos os reis do Egito foram vítimas de ladrões de túmulos , exceto um, chamado Tutancâmon. Os tesouros de ouro da tumba de Tutancâmon foram descobertos em meio a riquíssimos tesouros por Lord Carnavon e seu amigo Howard Carter, em 1922. Estes objetos podem ser vistos no Museu do Cairo.
Se você, assim como eu, gosta de história, um dia no Museu do Cairo não será suficiente. Inaugurado em 1906, possui muitas alas e você fica perdido mesmo com a visita guiada. De qualquer maneira pague por ela, pois pelo menos você verá as principais obras E entenderá um pouco mais da cultura milenar egípcia.
A religião predominante no Cairo é o Islamismo de maioria sunita. Também vivem na cidade uma minoria cristã (os coptas), que são cerca de 10% da população e tem uma forte presença na vida da cidade.
Fizemos um passeio rápido pelo bairro copta, no chamado Cairo Velho.
Foi no subsolo de uma das igrejas deste bairro, que a Sagrada Família de Nazaré: Jesus, Maria e José , viveu por um curto período de tempo enquanto fugia de Herodes, segundo a passagem bíblica conhecida como a “Fuga para o Egito”.
O termo Copta, em árabe, quer dizer egípcio e refere-se aos cristãos egípcios que foram evangelizados pelo apóstolo Marcos. Apesar disso, a religião Copta não pertence à igreja Católica.
Além das igrejas é possível ver muitas lojas para compras diversas.
Ainda no contexto da religião, visitei a Mesquita de Alabastro, chamada assim, devido ao material que a recobre tanto por dentro quanto por fora e que fica na Cidadela de Saladino.
A mesquita foi construída entre 1830 e 1857 por ordem de Muhammad Ali em memória de seu filho, falecido em 1816.
Seguindo o modelo das Mesquitas Otomanas, a arquitetura impressiona até quem já visitou a Mesquita de Istambul.
Um dos elementos que mais chamam a atenção é o relógio que foi entregue por Luís Felipe da França, em troca do obelisco colocado na Praça da Concórdia em Paris. O relógio nunca chegou a funcionar.
Informações Úteis
Museu Egípcio do Cairo
Seg à Quarta – 9 às 19h
Qui e Sábado -9 às 21h
Sex e Domingo – 9 às 16h
Ingressos: (2023) EGP 200 Adultos / EGP 100 Crianças
Necrópole de Gizé
Ingresso Geral (visita externa) EGP 240
Visita interna Pirâmide Quéops e Museu da Barca EGP 600
Visita interna Miquerinos EGP 100
Horário: Diariamente das 7 às 17h
Mesquita de Alabastro
Adultos EGP 140
Estudantes EGP 70
Seg à Domingo 80 às 17h