Há algum tempo estou tentando achar um caminho profissional.
Filhos criados, encaminhados, donos de suas próprias vidas e eu me vi meio manca, sem rumo, sem função…
O que fazer depois de tanto tempo fora do “mercado de trabalho”? E na minha idade… será que tenho alguma chance?
Comecei pelo pouco que tenho: um diploma em jornalismo e mais de vinte anos de experiência em rádio na área de polícia, editoria esta que não quero nem pensar em retomar.
A ideia de retomar o jornalismo me agrada. Sinto que não acreditei em mim lá atrás, tive muito medo dos ‘nãos’ e não escolhi, fui escolhida pelo que apareceu e segui assim, me adequando…
O gosto por viajar me fez encontrar dois cursos de Jornalismo de Viagem e cursá-los trouxe mais uma vez o gostinho do mundo da comunicação, da imprensa, dos jargões e reascendeu a antiga chama.
Muita coisa mudou, desde que me formei, mas a meu ver para melhor. Enquanto nós precisávamos de um veículo na pequena ou grande imprensa para poder começar, hoje podemos usar a internet como meio de fazer jornalismo. Aliás, as coisas estão meio confusas entre o que é informar e influenciar, mas a forma, a meu ver, deve permanecer, ou seja, me agrada muito fazer o jornalismo como aprendi só que agora online.
O tema viagens está bem claro para mim, só que eu não quero ser mais uma a dar dicas rasas e a postar fotos de momentos felizes em frente de pontos turísticos aleatoriamente. Falta achar um lugar de fala, o meu tom, o meu olhar e aí sim fazer um trabalho bem-feito e partilhar.
Desde que iniciei este caminho alguns bons encontros aconteceram e me animaram para continuar. Um deles foi esta semana através de um mestre da Nova Acrópole, escola de filosofia onde sou aluna. Marcada a reunião, conheci o Fabiano Camilo, filósofo e idealizador do Firenze Experience, projeto maravilhoso que une o conhecimento à viagem. Meus olhos brilharam com a possibilidade de não só participar deste projeto, mas também a visão clara de onde quero atuar.
Uma viagem só faz sentido se te engrandece como ser humano, se te faz voltar melhor do que foi, se abre horizontes mentais, se te acrescenta, se te faz ser mais.
Este é o exato sentimento que fascina o viajante. A descoberta da beleza, de outra rotina, de outra cultura, da grandeza do mundo e principalmente de conhecer a si próprio, porque sempre saímos do conforto rumo ao desconhecido e voltamos fortalecidos por termos conseguido. Seja longe ou perto, nós nunca sabemos o que acontecerá, por mais que planejamos ou terceirizamos o planejamento, vamos rumo ao inesperado.
Júlio Verne no livro “A volta ao Mundo em 80 dias” descreve um grupo de ingleses, incluindo o personagem principal Sir Phileas Fogg, discutindo se de fato o mundo havia se tornado pequeno a ponto de se sair de Londres transcorrendo uma rota via mares e terra e retornar ao mesmo local exatos 80 dias depois. A história se passa em 1872 e sem querer dar spoiler, mostra o poder da vontade e da determinação do homem em desbravar a Terra, mesmo diante de tantos obstáculos que aparecem naturalmente ou não. E hoje, meus caros, nosso planeta ficou realmente pequeno diante do avanço dos transportes e das possibilidades de nos deslocarmos de um canto a outro em bem menos tempo. Pena que o ser humano não tenha avançado tanto em termos pessoais e não aplique essa vontade em valores e virtudes, mas isso é assunto para outro post.
Diante desta conversa com o Fabiano pude perceber que é sobre esse prisma que quero fazer jornalismo. O turismo de conhecimento, o turismo cultural e de grandes experiências serão a minha pauta. Quero escrever, falar e escutar, fotografar e filmar na intenção real de levar esta possibilidade às pessoas.
Certamente irei participar desta imersão do Firenze Experience e quem sabe deste grande projeto ajudando a divulgá-lo. Todas as novidades estarão por aqui e que venham muitas!