“Eis o grande sacerdote de Amon (Nebu é declarado gestor de Karnak)

Ramsés deu a Nebu um anel de ouro e um bastão de electro, mistura de ouro e prata, símbolos de seu poder.

– A partir de agora, você é o grande sacerdote de Amon, cujos tesouros e celeiros ficarão, sob seu controle. Como superior do seu templo e dos seus domínios, seja escrupuloso, honesto e vigilante. Não trabalhe para si próprio, mas para aumentar o ka da divindade. Amon sonda as almas e perscruta os corações, conhece aquilo que está oculto em cada ser. Se estiver satisfeito com você, o manterá a frente da hierarquia e lhe concederá longa vida e uma velhice feliz. Compromete-se, sob juramento, a respeita a regara de Maât e cumprir os seus deveres?

– Pela vida do faraó, comprometo-me – declarou Nebu, inclinando-se perante Ramsés.

Trecho do romance de Christian Jacq Ramsés – O templo de Milhões de Anos.


Apesar da obra descrever acontecimentos fictícios, Christian Jacq, renomado egiptólogo, retrata com uma linguagem rica e informações baseadas em suas pesquisas a vida de um dos mais conhecidos faraós do Egito. Ele nos remete à aproximadamente 1.200 a.C. descrevendo com precisão de detalhes os alimentos, a higiene, a religião, a burocracia, os remédios e tudo mais relacionado com a vida egípcia da XIX dinastia egípcia.

Neste trecho especificamente tomamos conhecimento da grande importância do escolhido para estar a frente do Templo de Karnak, que foi durante vários séculos o centro religioso mais importante e influente do Egito. Retrata ainda a forte moral egípcia exigida dos representantes do faraó.

O Complexo de Karnak se desenvolveu num período de 1500 anos, passando de geração a geração de faraós e reinados, o que resultou numa coleção de templos, santuários, colunas e outras decorações incomparáveis em todo o Egito.

Embora o auge de sua importância tenha sido durante o reinado dos faraós a construção continuou no período greco-romano com os Ptolomeus, os romanos e os primeiros cristãos. Todos que por lá passaram deixaram suas marcas na história de Karnak.

Esfinges de carneiros de pedra, ao longo do eixo principal, parecem guardar as ruínas e a construção mais importante do conjunto de Karnak é o grande templo de Amon-Rá, cujo plano, muito complexo, testemunha numerosas fases da história dos faraós.

O templo esteve submerso nas areias egípcias durante mais de 1.000 anos, antes dos trabalhos de escavação começarem em meados do século XVIII, a enorme tarefa de restauro e conservação continua até aos nossos dias.

Está localizado à margem direita do Nilo na cidade de Luxor, antiga Tebas, e é possível fazer a visita à noite para apreciar o show de luz e som.

Por ser um projeto arquitetônico de grande extensão é recomendado usar calçados confortáveis para facilitar a caminhada e se a visita for feita em dias quentes, não esqueça de levar água e usar protetor solar para se proteger dos fortes raios solares.


Informações Úteis

Ingressos a partir de EGP 120
Horário das 6h às 18h