Durante muito tempo nos foi dito que ser princesa ou rainha era o ápice da felicidade de uma mulher. A realidade, porém, mostrou que a vida das monarcas são perfeitas na teoria e não na prática.
Ao conhecer o Palácio Schönbrunn em Viena tomei conhecimento da história da Imperatriz Sissi e fiquei com ela na cabeça…
Nascida em 1837, “Sissi” era o apelido de Elisabeth Amalie Eugenie von Wittelsbach, a Elisabeth da Baviera ou Elisabeth da Áustria, que após se casar, aos dezesseis anos, com o imperador Francisco José I, passa a ser imperatriz consorte da Áustria e também rainha consorte da Hungria a partir de 1867.
O casamento a empurrou para uma vida muito mais formal na corte dos Habsburgos, para a qual não estava preparada. No início do casamento ela teve problemas com sua sogra, a Arquiduquesa Sofia, que assumiu a criação das filhas de Elisabeth, uma das quais, Sofia, morreu na infância. O nascimento do herdeiro, o príncipe Rodolfo, melhorou sua posição na corte, mas sua saúde abalou-se com a tensão familiar.
A morte trágica deste seu único filho e da amante dele , Maria Vetsera, em um homicídio-suicídio na cabana de caça em Mayerling em 1889 foi um golpe do qual a imperatriz nunca se recuperou. Ela se retirou das funções cerimoniais na corte e viajou muito, desacompanhada de sua família.
Ela era obsessivamente preocupada em manter sua figura e beleza juvenis, que já eram lendárias durante sua vida.
Com 1,72 m de altura, a imperatriz era excepcionalmente alta. Mesmo depois de três gestações, ela manteve seu peso em aproximadamente 50 kg pelo resto de sua vida. Ela conseguiu isso por meio de jejum e exercícios, como ginástica e equitação.
Em profundo luto após a morte de sua filha Sofia, a imperatriz recusou-se a comer por dias; um comportamento que reapareceria em períodos posteriores de melancolia e depressão.
Além de seu rigoroso regime de exercícios, Sissi praticava rotinas de beleza exigentes. Os cuidados diários com seus cabelos abundantes e extremamente longos levavam pelo menos três horas. Seu cabelo era tão comprido e pesado que ela sempre reclamava que o peso das elaboradas tranças duplas e grampos lhe dava dores de cabeça.
Depois dos trinta e dois anos, ela decidiu que não queria que a imagem pública da beleza eterna fosse desafiada. Portanto, ela não se sentou mais para retratos e não permitiu nenhuma fotografia.
Além disso, a vida da imperatriz foi marcada por uma sequência de perdas o que fez com que mergulhasse ainda mais na melancolia. Em poucos anos, ela perdeu seu pai, Maximiliano José (em 1888), seu único filho, Rodolfo (1889), sua irmã, a duquesa Sofia Carlota da Baviera (1897) que morreu em um incêndio acidental no “Bazar de la Charité” em Paris, a morte da outra irmã Helena (1890) e de sua mãe, Luísa (1892).
Após a morte do filho Rodolfo, ela teria se vestido apenas de preto pelo resto de sua vida, embora um vestido azul claro e creme descoberto pelo Museu Sissi de Hofburg seja dessa época.
Para agravar suas perdas, o conde Gyula Andrássy morreu um ano depois, em 18 de fevereiro de 1890. “Meu último e único amigo está morto”, lamentou ela. A princesa Maria Valéria declarou: “[…] ela se apegou a ele com amizade verdadeira e inabalável como talvez, a nenhuma outra pessoa.”.
O escândalo Mayerling envolvendo o filho aumentou o interesse do público por Sissi, e ela continuou a ser um ícone e uma sensação por si só, onde quer que fosse. Ela usava longos vestidos pretos que podiam ser abotoados na parte inferior, e carregava uma sombrinha branca feita de couro, além de um leque para esconder o rosto dos curiosos.
Foi então que às 13h35 de um sábado, 10 de setembro de 1898, Sissi e a condessa Irma Sztáray, sua dama de companhia, deixaram o hotel às margens do Lago de Genebra a pé para pegar o vapor Genève para Montreux. Visto que a imperatriz insistia que andassem sem os outros membros de sua comitiva.
Elas estavam caminhando pelo calçadão quando o anarquista italiano Luigi Lucheni, de 25 anos, se aproximou tentando espiar por baixo da sombrinha da imperatriz.
Segundo Sztáray, quando o sino do navio anunciava a partida, Lucheni pareceu tropeçar e fez um movimento com a mão como se quisesse manter o equilíbrio, mas na verdade ele a apunhalou com uma lima de agulha afiada.
Lucheni planejava matar Filipe, duque de Orléans; mas o Pretendente ao trono da França havia deixado Genebra mais cedo para o Valais. Não conseguindo encontrá-lo, o assassino escolheu Elisabeth quando um jornal de Genebra revelou que a elegante mulher que viajava sob o pseudônimo de “Condessa de Hohenembs” era a imperatriz da Áustria.
Depois que Lucheni a golpeou, a imperatriz desabou. “Sou anarquista por convicção … Vim a Genebra para matar um soberano, com o objetivo de dar exemplo aos que sofrem e aos que nada fazem para melhorar sua posição social; não importava para mim quem era o soberano que eu deveria matar … Não foi uma mulher que eu golpeei, mas uma Imperatriz; era uma coroa que eu tinha em vista. ” declarou ele.
Num primeiro momento me atentei a essa fixação da imperatriz pela aparência e associei a história dela à uma matéria que li neste mesmo dia da visita ao Palácio de Schönbrunn sobre a cantora Madonna. Os internautas ficaram horrorizados com a aparência da pop star no Grammy 2023 como se ela não tivesse direito de envelhecer como bem entende. Infelizmente o padrão existe e exige que nos enquadremos e isso não é de hoje, pensei!
O tempo passou e mais uma história me veio a mente: Diana Spencer. A inesquecível Lady Di! A princesa de Gales também teve uma vida NADA FÁCIL!
Assim como Sissi, Diana teve problemas com a sogra que adotou a regra de não interferir em nada nos óbvios problemas no casamento dela com o filho, o até então príncipe Charles.
Diana casou com Charles igualmente jovem e imatura. Também como a Imperatriz Sissi não conseguiu se encaixar aos padrões monárquicos, o que lhe rendeu da mesma forma depressão, distúrbio alimentar e isolamento.
As duas eram extremamente carismáticas pela aparência ou atitude e ainda que não houvessem paparazzis atrás de Sissi, ela provocava muita curiosidade e assédio.
O desfecho das duas histórias também foi igualmente trágico. Sissi assassinada e Diana…bem…existem algumas versões…o que se sabe oficialmente: “Nas primeiras horas de 31 de agosto de 1997, Diana, Princesa de Gales, faleceu em um hospital de Paris, França, após ser ferida em um acidente de carro em um túnel rodoviário na mesma cidade. Seu namorado, Dodi Al-Fayed, e o motorista do Mercedes-Benz W140, Henri Paul, foram declarados mortos no local. Seu guarda-costas, Trevor Rees-Jones, sobreviveu com ferimentos graves.”
Mais detalhes da triste história da Princesa Diana são contatos na Biografia Diana: Sua verdadeira história, de Andrew Morton que é escritor e jornalista britânico do tabloide Daily Mail e para quem, segundo especulações, Diana teria narrado tudo.
É muito interessante aprender sobre estes reinados e como a história é cíclica. Parece-me porém, que de bonito só os Castelos porque os reinos não são nada encantados. Estão bem, bem distante dos filmes, desenhos e mais próximos do que nunca dos súditos através da internet.